quarta-feira, 27 de maio de 2009
Reciclar é uma Maravilha: trabalho em defesa do meio ambiente
(ADITAL) Ferro, papel e plástico. Esses são os principais materiais recolhidos por recicladores e recicladoras do grupo Reciclar é uma Maravilha. Formado há mais de cinco anos por moradores da Favela Maravilha - hoje residentes no Conjunto Habitacional Planalto Universo, no bairro Vila União - em Fortaleza (CE), o grupo busca melhorar a situação dos recicladores e conscientizar a população sobre a importância da reciclagem para a preservação do meio ambiente.
De acordo com Maria de Fátima Albuquerque (mais conhecida como Ronaldinha), líder do Reciclar é uma Maravilha, atualmente os 14 participantes do grupo saem às ruas com as carroças, recolhem os materiais e os guardam em casa até o momento de vender. Para melhorar essa situação, Ronaldinha explica que o grupo está estudando uma proposta de construção de um galpão no bairro. Dessa forma, os recicladores ficariam no galpão recebendo e separando as doações de materiais deixadas pelas pessoas no local.Além da construção do galpão, Ronaldinha comenta que o próximo desafio do grupo é torna-se uma Associação. Ela comenta que, atualmente, o Reciclar é uma Maravilha é somente um grupo, não tendo nenhuma regulamentação. Ela explica que é importante o grupo se transformar em uma associação para passar a receber a coleta seletiva.
Para a líder, um dos principais desafios enfrentados pelos trabalhadores ainda é o preconceito. "As pessoas tratam a gente como uma coisa sem valor", queixa-se. Ela ressalta que falta uma maior consciência das pessoas em relação à importância do trabalho do reciclador para a sociedade e para o meio ambiente. "A população de Fortaleza precisa reconhecer o nosso trabalho", comenta.
Ela comenta que também é importante as pessoas e as autoridades apoiarem os trabalhadores e perceberem a importância da coleta seletiva. Ela explica que, por onde passa, conversa com as pessoas sobre a separação de material para reciclagem. "É importante essa separação para o catador não precisar rasgar o saco de lixo no meio da rua", comenta.
Saneamento ambiental: desafio missionário urbano
Nos últimos anos, popularizou-se bastante o conceito de “desenvolvimento sustentável”como paradigma emergente que nos livrará da crise civilizacional atual. Normalmente, o relacionamos à necessidade de cuidar do meio ambiente. Entretanto, é importante compreendê-lo também em termos sociais e econômicos, como foi afirmado pela Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento -- a ECO-92 -- e reafirmado pela Declaração da Cúpula Mundial de Joanesburgo, em 2002.
O “saneamento” é um dos desafios que se relacionam com a noção holística de sustentabilidade e que refletem processos nos quais a combinação de ausência de políticas públicas e altos índices de desigualdade social produz impactos negativos sobre a saúde e o meio ambiente. Renomeado “saneamento ambiental”, o desafio se refere ao acesso à água encanada e potável, ao tratamento de esgoto sanitário, à coleta de lixo e ao tratamento de resíduos em aterros sanitários.
A situação do saneamento ambiental no Brasil é caótica e traz sérios riscos à população e à preservação do meio ambiente. Dados da ONU, do IBGE e da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento alertam que, nas regiões urbanas do país, mais de 93 milhões de pessoas não têm esgoto tratado pelas redes públicas, cerca de 83 milhões não têm acesso a rede de esgotos sanitários adequados e 36% dos distritos abastecidos recebem água sem tratamento. Dados como esses deveriam nos estimular a considerar o saneamento ambiental como um dos principais desafios missionários nas cidades brasileiras.
Em resposta ao chamado bíblico de orar e procurar o bem-estar (“shalom”) da cidade (Jr 29.7), as igrejas poderiam começar a agir de forma prática de várias maneiras: 1) incluir o tema nos encontros de oração e nos currículos de suas escolas bíblicas; 2) criar equipes missionárias para identificar no bairro os domicílios não atendidos pelos serviços públicos de água, esgoto, lixo e tratamento de resíduos; 3) promover assembleias nas quais os gestores públicos sejam convidados a explicar a ausência de equidade e justiça; 4) colaborar com mutirões de limpeza de rios e lagoas; 5) implementar um programa de educação ambiental para conscientizar a população sobre o uso responsável da água e a importância da coleta seletiva.
A Rede FALE (www.fale.org.br) elegeu o saneamento ambientalcomo tema prioritário, nos últimos dois anos, para mobilizar a juventude evangélica a orar e atuar nos níveis local, estadual e nacional. Em 2009, a rede se mobiliza para transformar a realidade da comunidade de Grota Criminosa, na cidade de Marabá, PA. No cartão que promove a campanha, lê-se: “No município de Marabá, os serviços de saneamento não chegam à maioria das casas. Os rios são diariamente poluídos com lixo e esgoto. A população que vive em torno da Grota Criminosa é uma das que mais sofrem. Várias obras já foram realizadas no local. Contudo, a maior parte delas é feita de forma desordenada, sem consultar a população e sem compromisso com a restauração do meio ambiente. É preciso curar a Grota.”
É preciso curar as Grotas do Brasil. Já é tempo de as igrejas evangélicas despertarem para mais esse desafio missionário urbano.
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