quarta-feira, 3 de junho de 2009

«Não foi Gonçalo Amaral que farejou o carro dos McCann»


«Não foi Gonçalo Amaral que farejou o carro dos McCann»


Advogado anuncia queixa-crime contra pais de Maddie e ex-inspector confirma novos documentos e testemunhas

O antigo coordenador da PJ de Portimão, Gonçalo Amaral vai avançar com processos-crime contra o casal McCann e seu porta-voz, bem como contra alguns jornais ingleses.

De acordo com o advogado António Cabrita, que já defendeu o ex-inspector no caso das agressões a Leonor Cipriano, estão em causa crimes de difamação, produzidos ao longo dos últimos seis meses, «isto se considerarmos que está em causa um crime continuado», explicou ao tvi24.pt, tendo em conta que o direito de queixa prescreve no prazo de seis meses.

McCann processam Gonçalo Amaral

O advogado, que nesta acção irá trabalhar juntamente com os colegas Henrique Pires Teixeira e Francisco Almeida Garret, admite que ainda está a ser estudada qual a comarca portuguesa com competência para apreciar a queixa contra os pais de Maddie, sendo que no caso da imprensa inglesa, a competência caberá ao Reino Unido, sede dos órgãos de comunicação social, e onde o antigo inspector do caso Maddie procura advogado para o representar nessa acção.

Gonçalo Amaral, que em declarações recentes ao tvi24.pt tinha declarado que «há coisas que ainda não disse» e que iria para tribunal, como forma de «reabrir o processo», acrescentou esta quarta-feira que irá «apresentar prova documental e testemunhal».

«Há diligências que poderão realizar-se e muita gente que ainda não foi ouvida», declarou ao tvi24.pt.

O ex-inspector afirma-se «enxovalhado por essa gente que até me chama incompetente», mas admite que «se calhar os factos novos não levam à reabertura do processo» sobre o desaparecimento de Maddie. «Da forma como processo foi arquivado, não é reaberto por razões políticas», atira.

Isto apesar de, remata, «o entendimento dos investigadores portugueses e ingleses, em Setembro de 2007, (data do arquivamento do processo), ser o de que houve uma morte e uma ocultação de cadáver».

Entre as declarações que Gonçalo Amaral poderá considerar difamatórias, estão, designadamente, aquelas em que Kate e Gerry acusavam o ex-inspector de ser um mau investigador, bem como de ter como único objectivo difamá-los. No caso dos media ingleses, Amaral reprova as afirmações de que, durante o inquérito, estaria mais preocupado em fazer almoços de três horas e em beber do que em investigar.

Sobre o anúncio dos McCann de exigir uma indemnização cível contra Amaral, pelas declarações produzidas no seu livro «Maddie: a verdade da mentira», bem como no documentário divulgado pela TVI, o advogado António Cabrita garante não ver «nada de difamatório» para o casal. E até ironiza: «Não foi o dr. Gonçalo Amaral que andou a farejar o carro dos McCann e detectou sangue no apartamento, mas sim cães que até têm a mesma nacionalidade deles».

«Ele não acusa ninguém e apenas apresenta a recolha de indícios», acrescenta, concluindo que «se neste país, as opiniões começam a ser censuradas, então andamos muito mal».

Casal McCann entrevistado por Oprah

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