terça-feira, 2 de junho de 2009
Turbulência mais intensa na zona onde avião desapareceu
02-06-2009 - 12:42h
Turbulência mais intensa na zona onde ,avião desapareceu
Falha pode ter conduzido Airbus 330 à tempestade
A actividade da zona de turbulência por onde passou o voo 447 que ligava Rio de Janeiro a Paris está acima do normal este ano. Um piloto brasileiro que fez a mesma rota que o aparelho da Air France confirmou ao «O Globo» que «tem havido uma actividade muito forte na área».
A Força Aérea Brasileira (FAB) emitiu entretanto um alerta sobre as condições climáticas perigosas, com ocorrência de turbulência severa na região onde o Airbus 330 desapareceu.
Imagens de satélite, bem como os dados da Rede Mundial de Raios, que é operada na América do Sul pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam a ocorrência de uma tempestade no horário e na área onde o avião desapareceu.
Na rota do aparelho, os dados de satélite dão conta do fenómeno de zona de convergência intertropical, onde existe uma «muralha» de nuvens muito densas e características das tempestades. É, aliás, este fenómeno que está a causar as chuvas torrenciais que assolam o Norte e o Nordeste do Brasil desde o final de 2008. Ainda não se sabe porquê, mas a atmosfera está a libertar uma quantidade anormal de energia este ano, informou o coordenador do projecto Ciclones do Atlântico do Sul ao «O Globo».
Cumulus nimbus «puxam» aviões para baixo
A carta meteorológica do dia mostrava a formação de nuvens de desenvolvimento vertical, os temidos cumulus nimbus.
«São as nuvens gigantes, que na região equatorial podem ter até 18 quilómetros de altitude, ou 45 mil pés», diz o meteorologista Luis Souza do INPE à revista brasileira «Época».
Este tipo de nuvens produzem descargas eléctricas e relâmpagos. As cargas eléctricas positivas de negativas dirigem-se ao solo e são seguidas de correntes de ar que empurram o avião para baixo. Os cumulus nimbus produzem a turbulência mais perigosa para os aviões, o «windshear», ou turbulência de baixa altitude com rajadas de vento.
Segundo disse o meteorologista do Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica do Brasil (DECEA), major Robson Ressurreição, à revista «Época», os aviões costumam desviar-se destas nuvens, por ser muito difícil sair de dentro de um cumulus nimbus.
As imagens de satélite levantam a dúvida se algum tipo de falha terá colocado o avião na rota de uma tempestade perigosa. É que o controle de tráfego poderia ter dado indicações ao avião para uma mudança de rota e o piloto poderia também ter feito um desvio, de modo a evitar a intempérie.
Avião da TAP também viu a tempestade
À mesma hora, dois aviões da TAP atravessaram o Atlântico na mesma rota. Justamente um Airbus 330, igual ao avião da Air France que desapareceu, foi pilotado pelo comandante Jorge da Silva. À mesma hora o piloto português apercebeu-se da tempestade. Jorge da Silva relata ao «Jornal do Dia» da TVI24 que a turbulência era «normal» para aquela zona.
Mesmo assim, o voo da TAP foi obrigado a desviar-se da rota cerca de 80 milhas para evitar atravessar os cumulus nimbus.
Jorge da Silva duvida que o aparelho da Air France tenha sido atingido por um raio, uma vez que os aviões têm equipamentos específicos que descarga a electricidade dos raios para fora do avião. O piloto da TAP diz mesmo que já foi atingido em pleno voo por vários raios e «sem danos absolutamente nenhuns».
Por: Redacçãoemail
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